Home
page
Informações
introdutórias
Introductory
information
Atualizações
recentes
Recent
updates
Comentários, sugestões, críticas Comments,
suggestions, critiques
Mensagens
trocadas
Exchanged
messages

"Carta Política do
Primeiro Encontro Nacional de Agricultura Urbana - ENAU"
21 a 24 de outubro - Rio de Janeiro, RJ
"Political Letter from the
First Urban Agriculture National Meeting"

21 to 24 October - Rio de Janeiro, RJ
Agricultura Urbana e Direito à Cidade:
Cultivando Saúde e Comida de Verdade

l


“Agroecologia e Direito à Cidade: Cultivando Saúde e Comida de Verdade” foi o tema do I Encontro Nacional de Agricultura Urbana, realizado na UERJ no Rio de Janeiro, entre os dias 21 e 24 de outubro de 2015.
O Encontro reuniu mais de 250 pessoas de 20 estados do Brasil, das suas cinco regiões, sendo mais de 50% mulheres, com grande participação de jovens e agricultoras/es. Estiveram presentes representantes de movimentos populares urbanos e rurais, movimentos em defesa da cultura alimentar, agricultoras/es familiares, camponesas/es, chacareiras/os, povos de terreiro e de matriz africana, indígenas e outros povos e comunidades tradicionais, ativistas urbanas/os, estudantes, pesquisadoras/es, professoras/es, gestoras/es públicas/os e parlamentares.
A diversidade de experiências de agricultura urbana vista no ENAU demonstra um conjunto de iniciativas que estão reunidas e articuladas em redes, coletivos locais, fóruns estaduais e regionais e se identificam com os princípios do Coletivo Nacional de Agricultura Urbana que, junto com a Articulação Nacional de Agroecologia e o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, organizaram este encontro.
Essa diversidade pôde ser vista nas instalações pedagógicas, apresentadas no primeiro dia do Encontro: as práticas autogestionárias de tratamento dos resíduos sólidos orgânicos de Santa Catarina; a reivindicação pelo acesso e uso de espaços públicos para a agricultura urbana em Brasília; o conhecimento tradicional e a cultura alimentar e de plantas sagradas em cidades da Amazônia; as conexões entre o urbano e o rural nas experiências de agricultura urbana do Nordeste; as ações articuladas com movimentos da reforma urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte; a importância da agricultura familiar para garantir a manutenção e ampliação de áreas florestais e arborizadas, ao mesmo tempo que os conflitos como as Unidades de Conservação no Rio de Janeiro e outras cidades; o patrimônio genético, a cultura alimentar e a agrobiodiversidade mantida e resguardada nas práticas de agricultura urbana no país.
A construção do Coletivo Nacional de Agricultura Urbana se articula aos fóruns e redes de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e de Agroecologia.
Foi através dos diálogos com estes movimentos que a agricultura urbana foi fortalecendo sua identidade como prática que gera alimentos saudáveis, isentos de agrotóxicos, livres de transgênicos; que valoriza culturas locais, que pensa o aproveitamento dos recursos e o reaproveitamento dos resíduos e que abastece mercados locais e de proximidade como escolas e feiras e equipamentos de distribuição de alimentos para pessoas em situação de insegurança alimentar. A agricultura urbana é um campo de convergências entre diversos movimentos e lutas por uma cidade justa, sustentável e construída cotidianamente pelas pessoas, buscando mitigar as dicotomias entre o rural e urbano e garantir a apropriação da cidade pela população. O movimento pela agricultura urbana demarca centralidade da luta pela terra e pelas reformas urbana e agrária.
Nessa trajetória de relações no âmbito da segurança alimentar e nutricional e da agroecologia, ficou evidente a importância, ainda que invisível para grande parte da sociedade, do papel das mulheres e das/os jovens como protagonistas de grande parte das experiências presentes neste Encontro. São as mulheres que, devido à lógica patriarcal de divisão sexual do trabalho, se tornam responsáveis pelo cuidado de pessoas de sua família, pela garantia dos alimentos, da saúde, da agua dentre outros.
A prática da agricultura urbana é marcada pela afirmação de saberes históricos das mulheres. Na luta por uma cidade de direitos e pela soberania na produção de alimentos e na promoção da saúde integral, as mulheres reivindicam a socialização do trabalho do cuidado e da reprodução da vida com toda a sociedade e com o Estado e constróem sua autonomia e o fortalecimento em grupos e coletivos.
Nesse caminhar histórico do movimento da agricultura urbana, foi ampliada a necessidade de afirmar e defender as práticas que envolvem as diferentes dimensões da produção, distribuição, comercialização e consumo de alimentos nos espaços das cidades e das regiões metropolitanas. Quando olhamos como se dão as diversas experiências que se encontraram no ENAU, nos territórios onde elas florescem e se desenvolvem, evidencia-se uma série de ameaças e conflitos vivenciados cotidianamente nas cidades.
Essas ameaças e conflitos têm suas raízes, principalmente, no projeto de mercantilização dos espaços urbanos que se dá em detrimento dos modos de vida locais e das formas de uso e ocupação protagonizados pelas/os protagonistas de lutas e mobilizações que convergem com a agricultura urbana. Nesse sentido, repudiamos o processo de mercantilização da natureza e das relações sociais nas cidades, que impacta diretamente a qualidade de vida, a relação com o território e o acesso ao alimento de qualidade. Não aceitamos o pacote tecnológico oferecido pelo agronegócio, totalmente inadequado para o ambiente urbano. Combatemos a especulação imobiliária e a política de remoções que promovem a exclusão social, e que dificultam e impedem o acesso aos recursos naturais pelas populações nas cidades.
No espírito de convergências que marcou este encontro e que caracteriza as experiências de agricultura urbana, reivindicamos que os princípios da função social da propriedade e do direito humano à alimentação adequada, que constam da Constituição Brasileira, sejam cumpridos.
Nossas experiências apresentam um conjunto de propostas para dialogar sobre os modelos de cidade e os modelos de agricultura e alimentação que queremos para a construção de uma sociedade mais justa e atenta às transformações que estão acontecendo em nossos territórios.
Propõe-se:
  • Reconhecimento das/os sujeitos da agricultura urbana, com ênfase no protagonismo das mulheres e dos jovens, em especial de mulheres negras, indígenas e provenientes de comunidades tradicionais, na conservação, proteção e promoção das culturas alimentares fortemente enraizadas nos territórios.
  • Reconhecimento do alimento e do ato de cozinhar como patrimônios da humanidade em suas diversas dimensões culturais, sociais, ambientais e espirituais.
  • Reconhecimento da trajetória já realizada pelo Coletivo Nacional de Agricultura Urbana na discussão e proposição de uma Política Nacional de Agricultura Urbana que seja intersetorial e que abarque a totalidade das experiências nos territórios.
  • Reconhecimento dos saberes tradicionais sobre o uso e manejo da agrobiodiversidade e da cultura alimentar tradicional / local como salvaguardas para a sociobiodiversidade e proteção do património genético.
  • Fortalecimento de pautas já apontadas em cartas de outros encontros e de lutas de movimentos afins, como a permanência do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) sem cortes e em todas suas modalidades, a revisão e adequação das normas sanitárias para a agricultura familiar, a rotulagem de produtos transgênicos, entre outras, apresentadas pelos fóruns de agroecologia e SAN.
  • Garantia do acesso à terra para as iniciativas de agricultura urbana, promovendo segurança jurídica e regulamentação fundiária, impedindo a especulação imobiliária em áreas produtoras de alimentos.
  • Reconhecimento do protagonismo das mulheres nas práticas de agricultura urbana e periurbana, foratelecendo suas experiências em quintais produtivos e comercialização solidária, na luta por sua autonomia política e econômica e por uma vida livre de violência.
  • Garantia de assistência técnica agroecológica e multidisciplinar que respeite os saberes das/os agricultoras/es em suas práticas locais.
  • Fomento e facilitação de acesso às sementes crioulas para agricultoras/es urbanas/os.
  • Garantia do uso contínuo dos espaços públicos urbanos para plantio de ervas medicinais e sagradas de povos indígenas e comunidades tradicionais, especialmente aqueles que dependem de seus cultivos para realização de ritos e relações de ancestralidade e pertencimento, como os povos de matriz africana e povos indígenas.
  • Garantia da execução do Decreto 6040 (Política Nacional de Sustentabilidade de Povos e Comunidades Tradicionais) e do 169 OIT.
  • Revisão da publicação “Alimentos Regionais Brasileiros” que traz informações equivocadas sobre os hábitos alimentares nortistas.
  • Viabilização da emissão da Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP) para agricultoras/es familiares em territórios urbanos e periurbanos onde há impedimentos ao acesso a este instrumento por diversos motivos;
  • Fomento à logística e comercialização de produtos oriundos da agricultura urbana, principalmente por meio de incentivos a feiras agroecológicas.
  • Integração entre as experiências de campo e as universidades, fortalecendo o ensino, a pesquisa e a extensão universitárias, com especial atenção aos Núcleos de Estudo e Pesquisa em Agroecologia (NEAs) e a interação com mestres da cultura alimentar e agricultura tradicional.
  • Valorização e promoção de práticas de educação alimentar nas escolas, relacionando-as às práticas agroecológicas de produção e à garantia do direito à alimentação adequada e à segurança e soberania alimentar e nutricional.
  • Divulgação de experiências exitosas em agricultura urbana que dêem visibilidade aos processos de resistência da agricultura urbana e à riqueza do que é produzido dentro das cidades.
  • Ampliação do debate acerca das regiões periurbanas, buscando definir estratégias específicas e integradoras para as zonas de transição entre urbano e rural.
  • Promoção de um amplo mapeamento de agricultura urbana que possibilite a definição de perfil das/os agricultoras/es e das experiências em curso em todo país.
Construção de políticas públicas no âmbito federal

Existe um histórico antigo de elaboração de politicas públicas para a agricultura urbana no âmbito federal, que é marcado pelos processos de construção das Conferencias Nacionais de SAN (2004, 2007 e 2011)..
Em 2007, foi realizada a pesquisa nacional de agricultura urbana e periurbana que deu origem ao documento “Panorama da Agricultura Urbana e Periurbana no Brasil e Diretrizes Politicas para a sua Promoção”; com base nesse documento foi elaborado um programa de agricultura urbana de responsabilidade do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) o qual lançou os Centros de Apoio a Agricultura Urbana e Periurbana – CAUPs e editais de fomento.
Em 2012/2013 o MDS interrompeu o processo de construção da política e o fomento de ações nos territórios. Em resposta, as organizações que viriam dar origem ao Coletivo Nacional de Agricultura Urbana encaminharam uma carta a Ministra Teresa Campelo cobrando posicionamento do MDS. O Conselho Nacional de Segurança Alimentar - CONSEA nacional acolhe a luta e passa a incorporar a pressão pela construção da politica pública.
Ao final de 2014 é apresentado o documento “Subsídios para uma Política Nacional de uma Agricultura Urbana e Periurbana” na última plenária do CONSEA, quando é constituído um comitê temático na Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional – CAISAN, que passa a ser o responsável a dar os encaminhamentos para a construção da politica.
Por outro lado, a Agricultura Urbana aparece na construção do 1º Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO 2013-2015), ainda que não receba dotação orçamentaria e nem tenha nenhum ministério responsável pela execução de ações. Novamente, a sociedade civil organizada na Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) propõe ao governo a inserção do tema, com ações definidas, na construção do 2o PLANAPO, em elaboração.

Considerando os acúmulos na construção de politicas para agricultura urbana, reforçamos as diretrizes já apresentadas no documento “Subsídios para uma Política Nacional de Agricultura Urbana Periurbana (PNAUP)”, apresentado pelo CONSEA Nacional, elaborado com a participação do CNAU:
“As ações de apoio à AUP deverão ser desenvolvidas e implementadas de forma integrada entre si, e com as ações de SAN, de habitação, de urbanismo, de agroecologia, de assistência social, de saúde, de educação, de gestão de resíduos sólidos, de geração de emprego e renda, de formação profissional e de proteção ambiental, organizadas em redes, de forma a promover o diálogo entre os diversos setores governamentais e da sociedade civil. Essas ações deverão ainda seguir as seguintes diretrizes:

  1. Reconhecimento da multifuncionalidade social, cultural, econômica e política da agricultura urbana e periurbana como base para o desenvolvimento e promoção de ações intersetoriais, geridas de forma descentralizada e participativa.
  2. Fortalecimento da cadeia produtiva e promoção de ações específicas de fomento à produção, comercialização e consumo;
  3. Promoção de acesso falicitado a linhas especiais de financiamento para atividades e projetos relacionados à AUP;
  4. Fortalecimento da institucionalidade da AUP por meio da elaboração de marcos legais e institucionais coerentes e apropriados ao setor em todas as esferas de governo;
  5. Fortalecimento da consciência cidadã em torno dos benefícios gerados pela AUP em termos sociais, políticos, econômicos, sanitários e ambientais;
  6. Promoção de processos de construção do conhecimento e desenvolvimento de capacidades técnicas e de gestão do/as agricultores/as urbanos e periurbanos, com ênfase em tecnologias sociais, incluindo o apoio a pesquisas que validem o conhecimento gerado e acumulado pelas organizações da sociedade civil que desenvolvem ou apoiam a AUP;
  7. Promoção da participação e do controle social como fundamento das atividades e projetos públicos de promoção da AUP.”
Considerando este contexto de não conclusão da elaboração da Política Nacional de Agricultura Urbana, o Coletivo Nacional de Agricultura Urbana reivindica um espaço institucional de diálogo entre governo e sociedade civil para a construção e acompanhamento da execução da referida politica pública.
Aguardamos o posicionamento e o retorno do governo à nossa reivindicação para o diálogo e o acompanhamento da construção dessa política..
l
Urban Agriculture and the Right to the City:
Cultivating Health and True Food

(automatically translated by translate-google.com)


"Agroecology and the Right to the City: Cultivating Health and True Food" was the theme of the First Urban Agriculture National Meeting, held at UERJ in Rio de Janeiro, between 21 and 24 October 2015.
The meeting brought together over 250 people from 20 states in Brazil, from its five regions, with over 50% women, with great participation of young people and farmers. Representatives of urban and rural popular movements, movements of peasants, small farmers, people of afro or  indigenous origin, indigenous and other traditional peoples and communities, urban activists, students, researchers, teachers, public managers and parliamentarians were present.
The diversity of urban agriculture experiences seen in ENAU shows a set of initiatives that are assembled and articulated in networks, local collectives, state and regional forums and tje identify with the principles of the National Collective of Urban Agriculture, which - together with the Agroecology National Articulation and the Brazilian Forum on Sovereignty and Food Security - organized this Meeting.
This diversity could be seen in educational facilities, presented on the first day of the Meeting: the self-management practices of treatment of organic solid waste of Santa Catarina; the claim for access to use public spaces for urban agriculture in Brasilia; the traditional knowledge and food culture and sacred plants in the Amazon cities; the connections between urban and rural in urban agriculture experiences in the Northeast; the actions coordinated with movements of urban reform in the metropolitan area of ​​Belo Horizonte; the importance of family farming to ensure the maintenance and expansion of forest and wooded areas, while conflicts arise, as around protected areas in Rio de Janeiro and other cities; menaces to the genetic heritage, food culture and agrobiodiversity, maintained and protected by urban agriculture practices in the country.
The construction of the National Collective of Urban Agriculture is linked to forums and networks related to Sovereignty and Food Security and Nutrition, and of Agroecology as well.
It was through the dialogue with these movements that urban agriculture was strengthening its identity as a practice that generates healthy food without pesticides, GMO-free; that values ​​local crops, thinking the use of resources and the reuse of waste and supplying local markets and proximity to schools and fairs and food distribution equipment for people in food insecurity. Urban agriculture is a converging field between different movements and fights for a just and sustainable city, built every day by the people, seeking to mitigate the dichotomies between rural and urban and ensure city's ownership by the people. The movement for urban agriculture marks the centrality of the struggle for land and for the urban and agrarian reforms.
Along the relationships between the food security, nutrition and agroecology, it became clear the importance - although invisible to much of society - of the role of women and / youth as protagonists of these experiences, in this Meeting. It is women who, due to the patriarchal logic of sexual division of labor, become responsible for the care of people in their families, for ensuring food, health, water and others.
The practice of urban agriculture is marked by the statement of historical knowledge of women. In the struggle for a city of rights and sovereignty in food production and promoting overall health, women demand the socialization of labor care and reproduction of life to all of society and the state and build their autonomy and strengthening in groups and collectives.
In this historical march of urban agriculture, the need to affirm and defend the practices that involve the different dimensions of production, distribution, marketing and consumption of food in spaces of cities and metropolitan areas has expanded . When we look at how the various experiences that met in ENAU happen in their territories, where they flourish and develop, there is evidence of a series of threats and daily conflicts experienced in cities.   

These threats and conflicts are rooted mainly in the commercialization of the urban space projects, that occurs at the expense of local livelihoods and ways of use and occupationperpetrated by the protagonists of struggles and mobilizations that converge with urban agriculture. In this sense, we reject the "commodityfication" of nature and social relations in cities, which directly impacts the quality of life, the relationship with the territory and the access to quality food. We do not accept the technology package offered by agribusiness, totally inadequate for the urban environment. We fight property speculation and removals policy that promote social exclusion, which hinder and impede access to natural resources by populations in cities.
In the spirit of convergence that marked this Meeting and features the experiences of urban agriculture, we claim that the principles of the social function of property and the human right to adequate food, contained in the Brazilian Constitution, are met.
Our experiences present a set of proposals for dialogue about the models
of cities and of agriculture and the food we want for the construction of a
more just and attentive to the transformations that are taking place in our territories.

It is proposed:
  • Recognition of / the protagonists of urban agriculture, with emphasis on the role of women and young people, especially black women, indigenous and from traditional communities in the conservation, protection and promotion of deeply rooted food crops in the territories.
  • Recognition of food and the act of cooking as a human heritage in its various cultural, social, environmental and spiritual dimensions.
  • Recognition of the trajectory already done by the National Collective  of Urban Agriculture in the discussion and proposals of a National Policy on Urban Agriculture, intersectoral and encompassing all the experiences in the territories.
  • Recognition of traditional knowledge on the use and management of agricultural biodiversity and traditional / local food culture as safeguards for the protection of socio-biodiversity and genetic heritage.
  • Strengthening of guidelines already mentioned in letters from other meetings and related movements, such as the permanence of the Food Acquisition Program (PAA), uncut and in all its forms, the revising and updating the health standards for family farms, the labeling of transgenic products, among others, presented by agroecology and food security forums.
  • Guarantee access to land for urban agriculture initiatives, promoting legal certainty and land regulations preventing speculation in food producing areas.
  • Recognition of the role of women in urban and periurban agricultural practices, fostering their experiences in productive backyards and joint marketing, their fight for their political and economic independence and a violence-free life.
  • Agroecological and multidisciplinary technical assistance that respects the knowledge of / the farmers in their local practices.
  • Promotion and facilitation of access to native seeds for urban farmers.
  • Ensuring the continued use of urban public spaces for planting medicinal and sacred herbs of indigenous peoples and traditional communities, especially those who rely on their crops for performing rites and relations of ancestry and belonging, as people of African descent and indigenous peoples.
  • Ensuring the implementation of Decree 6040 (National Policy on Sustainability people and traditional communities) and 169 OIT.
  • Revision of the publication "Brazilian Regional Foods" that brings misleading information about the northerners eating habits.
  • Enabling the issuing of the 'Declaration of Fitness' to PRONAF, to farmers / families in urban and periurban areas, where there are impediments to access this document for several reasons;
  • Promotion of logistics and marketing of products from urban agriculture, particularly through incentives to agro-ecological fairs.
  • Integration between field experience and universities, strengthening the teaching, research and university extension, with special attention to Study and Research Centers in Agroecology (NEAs) and interaction with teachers of food culture and traditional agriculture.
  • Valuing and promoting nutrition education practices in schools, relating them to agroecological practices of production and the guarantee of the right to adequate food and nutrition security and  sovereignty.
  • Disclosure successful experiences in urban agriculture that give visibility to the resistance processes of urban agriculture and the richness of what is produced within cities.
  • Expanding the debate about the periurban areas, seeking to define specific and integrative strategies for the transition zones between urban and rural.
  • Promoting a broad mapping of urban agriculture that enables the profiling of / the farmers and the ongoing experiences in the country.
Construction of public policies at the federal level

There is an old history regarding the development of public policies for urban agriculture at the federal level, which is marked by the construction processes of the National Conferences of SAN (Food and Nutrition Secrurity) in 2004, 2007 and 2011.
In 2007, a national survey of urban and periurban agriculture was held, which originated the document  "Panorama of Urban and Periurban Agriculture in Brazil and Policy Guidelines for its promotion". Based on this document,  an urban agriculture program was prepared under the responsibility of the Ministry of Social Development (MDS) which launched the 'Urban and Periurban Agriculture Support Centres' - CAUPs and  announcements for funding .
In 2012/2013 the MDS interrupted the construction of the political process and the development actions in the territories. In response, the organizations which would give rise to the National Collective of Urban Agriculture sent a letter to Minister Teresa Campelo demanding the return of the program. The National Council for Food Security - CONSEA supports  the fight  for the construction of public policy.
At the end of 2014 it was presented the document "Contributions for a National Policy of Urban and Periurban Agriculture",.at the last meeting of the CONSEA, and a thematic committee was created (in the Interministerial Chamber on Food and Nutrition Security - CAISAN), which shall be responsible for the follow-ups to build the policy.
On the other hand, the UA appears in the 1st National Plan for Organic and Agroecology Production (PlanApo 2013-2015), although not receive budget allocation nor has any ministry responsible for enforcing actions. Again, the civil society organizations from the National Agroecology Articulation (ANA) has proposed to the government the insertion of this  issue, with defined actions, in the second PlanApo, in preparation.
Considering the accumulations in building policies for urban agriculture, we strengthen the guidelines already set out in the "Contributions for a National Policy for Urban and Periurban Agriculture" (PNAUP), presented by the National CONSEA and prepared with the participation of CNAU:
"The supporting actions for the UPA should be developed and implemented in an integrated manner, with each other and with the SAN actions, housing, urban development, agroecology, social welfare, health, education, solid waste management, to generate employment and income, vocational training and environmental protection, organized in networks in order to promote dialogue among the various government sectors and civil society. These actions should also observe the following guidelines:
  1. Recognition of the multifunctional social, cultural, economic and political of urban and periurban agriculture as a basis for developing and promoting intersectoral action, managed in a decentralized and participatory manner.
  2. Strengthening the supply chain and fostering specific actions to promote the production, marketing and consumption;
  3. Promoting easy access to special lines of financing for activities and projects related to the AUP;
  4. Strengthening UPA situation through the development of legal and institutional frameworks consistent and appropriate to the sector at all levels of government;
  5. Strengthening public awareness around the benefits generated by UPA in social, political, economic, health and environment issues;
  6. Promotion of knowledge building processes and developing technical and management skills among the urban and periurban farmers, with an emphasis on social technologies, including support for research that validates the knowledge generated and accumulated by civil society organizations that develop or support the AUP;
  7. Promotion of participation and social control as the basis of activities and public projects to promote AUP.
Considering this context failure to complete the drafting of the National Policy on Urban Agriculture, the National Collective of UA claims an institutional space for dialogue between government and civil society for the construction, implementation and monitoring of that public policy.
We await for the positioning of the government and its return to our demands for dialogue and monitoring the construction of this policy.