Dica 1
Seja objetivo

A agricultura urbana tem muitas faces, desde pequenas hortas com poucos metros quadrados até grandes cultivos comunitários e mesmo comerciais, que empregam alta tecnologia para produzir alimentos em espaços verticais e controlados, moderníssimos.
Por isso, procure objetivar bem a sua ideia, o que você quer fazer exatamente, com quem e com qual finalidade.

A agricultura urbana existe em todas as formas e objetivos. A agricultura urbana como um negócio é a proposta da projeto Uit je Eigen stad (De sua própria cidade), em Roterdã, que promove comércio e emprego, O projeto ONZE (Nosso), em Almere, foca na recreação, mas muitas hortas  diferentes e até plantios em telhados, como em Dakboerin, também são formas de agricultura urbana.

A publicação "Een verkenning van groen en boer zijn in en om de stad" (Uma pesquisa da agricultura e do verde dentro e ao redor da cidade), preparada pela Universidade de Wageningen, oferece uma visão geral da diversidade da agricultura urbana.

Exemplos práticos

• A publicação "Duurzaam nieuws" (Notícias sustentáveis) lista 10 benefícios das hortas comunitárias
• Buurtmoestuin? Zo gedaan! (Vizinhança agrícola? então aproveite!) é um guia para o desenvolvimento de hortas nos bairros, encomendado pela Knowledge Area Vegetable Gardens Almere, da Universidade de Wageningen.
• O livro "Lessen uit de Praktijkkring Duurzaam Voedsel voor Gemeenten, (Lições do circuito de experiências em alimentação sustentável para os municípios), da Rural Network, fornece ferramentas práticas para desenvolver uma visão abrangente e integrada de política alimentar sustentável.
• O manual Creating space for sustainable food systems in urban communities (Criando espaços para sistemas alimentares sustentáveis nas comunidades urbanas) apresenta resultados e percepções após mais de dois anos de cooperação no programa URBACT (da União Europeia), em matéria de alimentação sustentável no ambiente urbano.

Dica 2
Organize o mercado regional

A nossa comida viaja um longo caminho antes de chegar aos nossos pratos. É preciso encurtar a cadeia desde o campo até a mesa, conectando produtores e consumidores.

O texto Een verkenning van groen en boer zijn in en om de stad (Uma pesquisa da agricultura e do verde dentro e ao redor da cidade), da Universidade de Wageningen e AgriHolland, fornece uma visão geral dos benefícios das cadeias curtas.

Instruções

A brochura Samenwerken in de korte keten (Cooperação em cadeias curtas), do Bioforum Vlaanderen, oferece informações úteis sobre as formas existentes de cooperação na agricultura sustentável, e descreve uma série de exemplos práticos.

Exemplos práticos

• O relatório "Energieverbruik, emissie van broeikasgassen en voedselvoertuigkilometers voor de keten Oregional – Sint Maartenskliniek (Consumo de energia, emissão de gases do efeito estufa, e quilometragem no transporte na cadeia alimentar Oregional - Sint Maartens), Universidade de Wageningen, indica que circuitos curtos nem sempre são sustentáveis.
• O governo de Flandres produziu o relatório "Landbouw in stedelijke omgeving, CSA’s en andere initiatieven (Agricultura em áreas urbanas, agricultura apoiada pela comunidade e outras iniciativas), sobre a agricultura apoiada pela comunidade naquela região holandesa, e mostra como e onde contatar os produtores urbanos e seus mercados.
• Centros alimentícios e presença em exposições para contatar consumidores. URBACT NETWORKS & Markets (Redes e mercados URBACT) é um projeto em nível europeu, sobre o papel e a contribuição dos mercados de produtores urbanos. "Food Inspiration Magazine" é uma revista virtual sobre os mercados cobertos de produtores holandeses . Exemplos de mercados cobertos em Amsterdã, o Halls Food e o World of Foods, e em Roterdã, o Market Hall, e a Fenix Food Factory.
• As cooperativas Boerenhart, no Vale do Gelderland, e Brabantse streken (em Brabant), ligam com sucesso os produtores e consumidores em suas regiões.
• Hortas com auto-colheita atraem e envolvem os consumidores. Bons exemplos incluem a De Nieuwe Ronde (O novo ciclo), em Wageningen, a Het Zoete Land (A terra doce), em Leiden, De Stadsakker, em Groningen, PuurLand (Terra pura), em Arnem, De Hooge Kamp, em Apeldoorn, e Asum,em Leeuwarden. Uma lista de hortas urbanas pode ser encontrada na página LinkedIn da Rede de Cidades Holandesas pela Agricultura Urbana.

Dica 3
Invista na cooperação

Uma boa rede dá acesso a conhecimentos, recursos e tomadores de decisão. Para promover a agricultura urbana, é preciso que cidadãos, empresários, educadores, entidades da sociedade civil e órgãos do governo local trabalhem juntos, aproveitando a divisão do trabalho e a especialização. 

O livro De kunst van het samenwerken (A arte da colaboração) mostra a  importância decisiva da interação entre os diversos intervenientes a fim de conseguir avanços reais.

Exemplos práticos

• Groen Dichterbij (Mais perto do verde) traz uma visão geral das redes locais na Holanda com o objetivo de fortalecer as iniciativas locais.
• Kenniskring Buurtmoestuinen Almere (Círculo de conhecimento em horticultura de Almere) trabalha com cerca de 20 hortas comunitárias e escolares em uma "rede de conhecimento". O manual Buurtmoestuin? Zo gedaan! (Vizinhança agrícola? então aproveite!) mostra a importância da cooperação.
• Regionale Food Council Rotterdam (Conselho Regional de Alimentação de Roterdã) é uma parceria entre produtores e consumidores para ligar uns com os outros.
• EEM é uma rede que liga várias iniciativas de cooperação pela sustentabilidade alimentar na região de Amersfoort.
• No município de Groningen, em 2012, a primeira igreja com uma "voedselvisie" (visão da alimentação). Desde 2009 trabalham juntos o município e a região de Groningen-Assen.
• O mercado Ommelander é outro exemplo de colaboração em Groningen.
• No nível nacional, a Stedennetwerk stadslandbouw (Rede de cidades holandesas pela agricultura urbana) promove o compartilhamento de conhecimentos entre os participantes, contribui para a expansão da agricultura urbana e orienta a formulação de políticas locais e nacionais. 
  

Dica 4
Localize a agricultura urbana

Envolva os órgãos municipais e associações locais na busca de espaços viáveis para as atividades. Hoje muitos administradores e planejadores já têm uma visão da importância do desenvolvimento da agricultura urbana para a sustentabilidade das cidades.

Como incluir a agricultura no espaço e no planejamento urbanos

• O livro Lessen uit de praktijkkring Duurzaam Voedselbeleid voor gemeenten (Lições da comunidade de prática sobre agricultura urbana políticas alimentares sustentáveis para os municípios), da Rede Rural, mostra os diversos papéis que um município pode desempenhar com relação à agricultura urbana.
  
• Overzicht procedures stadslandbouw (Resumo de procedimentos em agricultura urbana) é uma pequena publicação da Rede de Cidades Holandesas pela Agricultura Urbana que oferece uma visão geral e dicas práticas para os municípios sobre como incluir a agricultura urbana no planejamento das cidades.     
• Mogelijkheden voor het (tijdelijk) inzetten van grond voor stadslandbouw (Possibilidades de utilização (temporária) da terra para a agricultura urbana) é uma resposta da Rede de Cidades Holandesas  pela Agricultura Urbana para a pergunta de como a agricultura urbana pode fazer uso de (temporariamente) de terras disponíveis para acrescentar um valor social ao ambiente urbano .

• De ongehoorzame overheid. Een verkenning van de discoursen van gemeentelijke overheden over burgerinitiatieven (Governo indevido. Uma análise dos discursos dos governos municipais sobre Cidadãos iniciativas), publicado pelo Ministério dos Assuntos Econômicos, fornece insights sobre os discursos e atitudes que os governos exercem sobre as iniciativas dos cidadãos.     
• Como a Gelders kennisnetwerk voedsel (Rede de conhecimento em alimentação de Gelder) atua para pôr a alimentação na agenda política.

Dica 5
Seja consistente com a dinâmica existente

A agricultura urbana conecta os cidadãos com o poder público municipal. Conecte seus objetivos com as necessidades e a dinâmica dos habitantes. Cultiva novas ideias. Perceba que a agricultura urbana exige tempo e energia. Você precisa manter o ímpeto conseguido e evitar a tendência ao desinteresse.

As Lessen uit de praktijkkring Duurzaam Voedselbeleid voor gemeenten (Lições da comunidade de prática sobre agricultura urbana políticas alimentares sustentáveis para os municípios), da Rede Rural, mostra em que setores do poder municipal essas conexões são mais viáveis.

Conecte os cidadãos e prefeitura

• A publicação Bewoners maken het groen (Moradores pelo verde) indica as diferenças e semelhanças esperadas nos pontos de vista dos cidadãos e da prefeitura, para facilitar o bom relacionamento.     
• A animação Groene burgerinitiatieven en de rol van overheden (iniciativas ambientais da cidadania e o papel do governo), da Universidade de Wageningen, mostra como os governos e os cidadãos estão procurando novas maneiras de trabalhar juntos e facilitar as iniciativas da cidadania.

• Voedselstrategie Utrecht, zicht op een netwerk van vele betrokkenen (Estratégia alimentar de Utrecht, a visão de uma rede com muitos envolvidos) é um estudo encomendado pela cidade de Utrecht para a rede de pessoas e organizações envolvidas na produção de comida local. Graças a esse estudo, o município tem melhorado o apoio às iniciaitvas.     
• Social Innovation in cities (Inovações sociais nas cidades) é uma publicação do URBACT, e descreve as inovações sociais relacionadas com a ligação mais estreita entre cidadãos e o poder público.     
• No Stadslandbouw pilot (piloto de agricultura urbana) a Rede de Cidades Holandesas pela AU e a ONG Duurzaam Door, de Arnhem, ficou claro que o governo local deve definir uma direção e um calendário para o desenvolvimento da agricultura urbana no município. 
  

Dica 6
Busque visibilidade

Ao mostrar claramente o que é a agricultura urbana, você pode encorajar outras pessoas a ajudarem. Divulgue as iniciativas já em andamento e os efeitos e sucessos. Divulgar os sucessos ao máximo é contagiante!

Exemplos práticos

• Utrecht, Amersfoort e Haia são cidades que desenvolveram seus mapas da agricultura urbana local, que mostram onde as iniciativas estão ou onde há potencial para a atividade.
• As iniciativas locais se unem, e formam os grupos para tornar "comestíveis" as suas cidades, a exemplo de Leeuwarden, Ede, Utrecht, Rotterdam e Groningen.
• Lokaal voedsel Flevoland (Alimento local de Flevoland) é um guia criado pelos produtores locais para mostrar quem produz o quê e onde vende a produção.
• Kracht in NL (Força na Holanda) e MAExchange são sites que colocam as iniciativas no mapa.
• Let's Gro (Vamos 'Gro'), em Groningen, é um festival onde os alimentos locais estão no centro das atenções. 
  
• Publieksdag stadslandbouw (Eventos públicos de agricultura urbana) ajuda a comunicar os sucessos já alcançados.

Dica 7
Procure congregar a todos

Muitas iniciativas de agricultura urbana já provaram que trabalhar em conjunto com o poder municipal, ONGs ambientalistas, associações locais etc. é fundamental para o sucesso e a continuidade dos projetos. Atividades agrícolas nas cidades têm grande potencial para agregar pessoas e para ajudar outras iniciativas solidárias, doando alimentos produzidos nas hortas, por exemplo.

A agricultura urbana também pode colaborar com iniciativas voltadas para a recuperação de espaços urbanos degradados, ou oferecer um espaço terapêutico para pessoas doentes, idosos ou com deficiência.

E como todas as pessoas comem, todas têm potencial interesse em colaborar com a produção de alimentos saudáveis mais perto de suas casas.

Duurzaam nieuws (Sustainable News) dá uma visão clara de 10 benefícios de hortas comunitárias.

Convém conhecer os benefícios econômicos

• Pesquisadores da Universidade de Wageningen, em conjunto com Witteveen + Bos, elaboraram a  Maatschappelijke Kosten-Baten Analyse (Análise social de custo-benefício) a partir de três projetos de agricultura urbana.
  Veja também a animação MKBA stadslandbouw sobre a mesma análise, da Universidade de Wageningen.
• Vijf verdienmodellen voor stadslandbouw (Cinco modelos para a agricultura urbana) é um estudo da Universidade de Wageningen. E a animação Verdienmodellen Stadslandbouw (Faturando a agricultura urbana) mostra como essa atividade pode ser rentável.

• O relatório Sociale Moestuin Sliedrecht (Horticultura Social em Sliedrecht), da Universidade de Wageningen, mostra um grupo de cidadãos ativos cultivando hortaliças e também coesão social.
• As hortas escolares, como as de Nijmegen, De Groene Lach (O sorriso verde) e Dakkenie, servem como sala de aula ao ar livre. Nelas as crianças ampliam seu conhecimento sobre alimentação e a sua produção, e sobre responsabilidade ambiental e social.
• Gezonder in de volkstuin (Mais saudável na comunidade) é uma pesquisa conduzida por NIVEL (Instituto Holandês para Pesquisas em Saúde) e Alterra Wageningen (Instituto de Pesquisa Ambiental), que demonstra que os moradores urbanos envolvidos em hortas comunitárias estão mais saudáveis do que os não envolvidos.
  
• O filme De Voedseltuin 2015 (O jardim alimentício 2015) mostra a contribuição da Food Garden Rotterdam para os voluntários do jardim.
• Food for Good (Alimentos para o bem), em Kanaleneiland, é uma iniciativa que produz hortaliças, frutas e ervas medicinais para os moradores e pessoas vulneráveis da comunidade.
  
• Em nível europeu, está sendo realizado um estudo TEEB voor Agriculture & Food (TEEB para a agricultura e a alimentação), em que economistas, agricultores e especialistas em conjunto colaborarm para fornecer uma avaliação econômica consistente do sistema de eco-agro-alimentar urbano.

Dica 8
Aproveite a infraestrutura existente

Conheça os órgãos municipais que podem contribuir com recursos que já têm. Identifique negócios já instalados que são parceiros em potencial, como lojas de produtos regionais e naturais,  restaurantes, centros de jardinagem etc. Pesquise os fluxos de tráfego existente para ver se você pode usar a viagem de volta vazia de veículos comerciais para transportar seus produtos, para manter o custo baixo, diminuir os "quilômetros-alimentares" e estimular as vendas.

Exemplos práticos

• A pesquisa Verkenning van de milieueffecten van lokale productie en distributie van voedsel in Almere, (Explorando os impactos ambientais locais da produção e distribuição de alimentos em Almere), da Wageningen University, mostra que é mais sustentável trazer seus produtos diretamente aos consumidores do que eles irem buscar separadamente os seus no ponto de produção ou de venda.
• O aplicativo StadseBoeren (Agricultores urbanos) faz conexões as entre infraestruturas existentes e os pontos de comercialização, indicando-os num mapa.
• Pure Hubs (Centros puros) pretende conectar os produtores e consumidores urbanos e reduzir o fosso entre a cidade e o campo.
• Who Feeds Bristol? (Quem alimenta Bristol?) é um relatório encomendado pelo NHS Bristol com uma análise do sistema alimentar na cidade, onde as infraestruturas existentes de utilidade para a agricultura urbana estão indicadas.

Dica 9
Organize a continuidade profissional

Iniciar um projeto é fácil; difícil é mantê-lo e desenvolvê-lo com sucesso. É preciso se manter profissionalmente ativo no mercado, e para isso a  agricultura urbana exige coordenação, controle, planejamento e marketing.

Uma "plataforma de lançamento" para negócios, como o Handbook Sustainable Food in Urban communities (Manual de Alimentação Sustentável nas comunidades urbanas) ou o Business Model Canvas (Modelo negocial) pode ser usada como modelo básico.

Dicas para manter vivas as iniciativas

• Social Enterprise NL (Empresa social Holanda) é a força motriz do crescente movimento de empreendedores sociais que trabalham para criar uma economia que beneficie a todos.

Dica 10
Aproveite o conhecimento e as redes existentes

A Rede de Cidades Holandesas pela Agricultura Urbana pode lhe dar um ponto de partida e uma base informativa para o desenvolvimento saudável de seu projeto de agricultura urbana.
Mas há muitas outras redes ligadas à agricultura urbana na Holanda. Talvez uma delas esteja bem perto de você.

Exemplos práticos

• Leernetwerk Samenspel Burgerinitiatieven en overheden (Rede de aprendizagem e interação com ONGs e governo) é uma rede que envolve funcionários municipais, estaduais e federais com especialistas e praticantes para trocar informações.
• A LinkedIn Stedennetwerk Stadslandbouw (Rede Linkedin de cidades para a agricultura urbana) compartilha informações e experiências da Rede de Cidades Holandesas pela Agricultura Urbana.
• Groen Dichterbij (Mais perto do verde) fornece uma visão geral das redes locais existentes.
• Rotterdam Food Council (Conselho de Alimentação de Roterdã) quer conectar produtores e consumidores para melhorar o sistema alimentar da cidade.
• EEM é outra rede que disponibiliza informações sobre produção local sustentável de alimentos.
• Eetbaar Ede (Ede comestível) e Eetbaar Leeuwarden (Leeuwarden comestível) são exemplos de "grupos comestíveis" onde as iniciativas locais em matéria de agricultura urbana se encontram e fortalecem.