Seminário sobre Compostagem Urbana na Câmara Municipal de São Paulo

Seminário reúne mais de 300 interessados no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo durante todo o dia 10 de agosto de 2012

o texto e foto a seguir foram copiados do portal da CMSP

Primeira parte: 10h a 12h30

A mesa de abertura do seminário "Compostagem na Cidade de São Paulo: Gestão Adequada dos Resíduos Orgânicos" destacou a importância da responsabilidade compartilhada entre setor público, iniciativa privada e sociedade civil na gestão de resíduos sólidos. O evento, realizado nesta sexta-feira na Câmara Municipal, buscou discutir o reaproveitamento em todas as esferas.

Márcio Matheus, presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), reforçou que o poder público não pode ser encarregado por todo o lixo orgânico da cidade. “Só com as feiras livres temos mais de seis mil toneladas por mês. A visão municipal hoje é de reforçar a responsabilidade individual”, explicou. 

Ronaldo Camargo, secretário de Coordenação das Subprefeituras, lembrou que a compostagem individual leva também à economia, reduzindo tanto gastos com depósito quanto com transporte de resíduos.

O vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara e organizador do seminário, manifestou seu otimismo com relação ao evento. “O que eu sei fazer é juntar gente. E conhecendo especialistas vi que é possível, barato e necessário fazer a compostagem”, disse, destacando a necessidade de restaurantes e outros estabelecimentos instalarem equipamentos para esse fim.

Sobre a compostagem nesses ambientes, Inês Soares, da Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde), elogiou a presença de técnicos do setor no seminário. Ela acredita que a compostagem nessa escala seja possível, mas lembrou que há dificuldades, como a conscientização de como manter as composteiras sem afetar a higiene do local.

EM CASA

O secretário de Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, aproveitou o seminário para contar sua experiência pessoal. Ele, que realiza a compostagem em sua casa desde 2005, lembrou que no início sua esposa foi contrária à ideia. “Ela me deu três meses para tentar e tinha certeza que daria bicho, que teria cheiro ruim”, disse. 

Segundo Jorge, hoje a composteira faz parte do cotidiano da casa, e o adubo produzido é usado nas plantas. “Tenho árvores de jabuticaba, pitanga e goiaba dando muito mais frutos, e estou até exportando adubo agora”, comemorou.

Aspectos legais e normativos da compostagem foram o assunto da primeira mesa do seminário realizado na Câmara Municipal nesta sexta-feira. Patrícia Iglesias, do Centro Multidisciplinar de Estudos em Resíduos Sólidos da Universidade de São Paulo (USP), abriu o debate definindo o resíduo como “bem jurídico e socioambiental”. “Se as pessoas entendessem isso lidariam melhor com a compostagem”, completou.

Para Patrícia, esse esclarecimento faz com que as pessoas compreendam o valor do resíduo, que além de “promover cidadania e gerar de trabalho”, tem um custo correspondente ao seu descarte ou reciclagem. “Se isso não entra no preço de venda, a sociedade paga”, argumentou.

Segundo Beto Graziano, supervisor de abastecimento da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, a cidade de São Paulo gasta cerca de R$ 100 com cada tonelada de lixo. Ele sugeriu que, com a redução dos resíduos orgânicos, o dinheiro poderia ser gastos em “coisas mais úteis”. “Vamos ser ousados e usar isso em auxílios à compostagem”, propôs.

Já Márcio Matheus, da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), lembrou que não é tão simples a determinação do valor dos resíduos, que hoje sofrem com a dependência do mercado. “A cadeia produtiva hoje só vê como reciclagem o que tem valor comercial. O resto vem pra gente”, criticou, lembrando que os produtores têm que se responsabilizar por toda a cadeia produtiva.

Também participaram da mesa de discussões Leda Aschermann, da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente; Cristiano Iwai, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb); e Ricardo Lobo, da  Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa).

Segunda parte: 14h às 17h
(Clique aqui para acessar as apresentações em PDF)

Os diferentes tipos de compostagem foram discutidos durante a segunda parte do seminário "Compostagem na Cidade de São Paulo: Gestão Adequada dos Resíduos Orgânicos", realizado nesta sexta-feira na Câmara Municipal .

Bióloga e técnica da Associação dos Moradores dos Jardins Petrópolis e dos Estados (Sajape), em Santo Amaro, Patricia Blauth explicou como funciona a compostagem de poda de árvores e jardins. Segundo ela, o processo é muito simples e pode trazer benefícios à população.

"Nós trituramos folhas, galhos e resíduos dos jardins e fazemos uma espécie de 'monte' com esse material, que, após três meses, poderá ser reutilizado em outros jardins. É como se esses restos virassem uma espécie de adubo, capaz de melhorar as condições físicas do solo", explicou Patricia. "Se isso não fosse feito, esse material iria para o aterro sanitário e não poderia ser reutilizado", acrescentou.

Outra experiência relatada durante o seminário foi o da feira limpa. O projeto, idealizado por Luciano Legaspe, tem como objetivo reaproveitar o lixo das feiras de ruas realizadas em São Paulo. Para isso, foram colocados 'bags' (sacolas de polipropileno) com capacidade de armazenar até mil litros de resíduos. 

"O lixo deixou de ser jogado no chão e passou a ser descartado, de forma seletiva, nessas sacolas. O processo ajudou na limpeza dos locais onde são realizadas as feiras, que passou a ser mais rápida, já que os feirantes não jogam mais os produtos nas ruas", destacou Legaspe.

A compostagem comunitária também foi discutida durante o seminário pelo engenheiro agrônomo Marcos José de Abreu, do Cepagro (Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo). O engenheiro apresentou o projeto Revolução dos Baldinhos, apoiado pela instituição, que recolhe e faz compostagem de resíduos orgânicos no bairro Monte Cristo, em Florianópolis (SC). 

"Cada uma das 200 famílias que participam do projeto nos ajuda a recolher 15 toneladas de resíduos que antes eram descartados no próprio bairro, trazendo problemas para a população local”, destacou Abreu. Segundo ele, o trabalho realizado fez com que esse lixo se transformasse em adubo orgânico para cultivar flores, hortaliças e até frutas.

O secretário adjunto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Rubens Rizek, defendeu a compostagem, mas afirmou que é preciso um mercado estável para o consumo do produto final. “É necessário criar uma demanda estável e clara para que as pessoas que se dedicam à realização da compostagem tenham um horizonte para desenvolver esses trabalhos”, opinou.

Ainda participaram da segunda parte do seminário Claudio Spínola, da orOs diferentes tipos de compostagem foram discutidos durante a segunda parte do seminário "Compostagem na Cidade de São Paulo: Gestão Adequada dos Resíduos Orgânicos", realizado nesta sexta-feira na Câmara Municipal.

Bióloga e técnica da Associação dos Moradores dos Jardins Petrópolis e dos Estados (Sajape), em Santo Amaro, Patricia Blauth explicou como funciona a compostagem de poda de árvores e jardins. Segundo ela, o processo é muito simples e pode trazer benefícios à população.

"Nós trituramos folhas, galhos e resíduos dos jardins e fazemos uma espécie de 'monte' com esse material, que, após três meses, poderá ser reutilizado em outros jardins. É como se esses restos virassem uma espécie de adubo, capaz de melhorar as condições físicas do solo", explicou Patricia. "Se isso não fosse feito, esse material iria para o aterro sanitário e não poderia ser reutilizado", acrescentou.

Outra experiência relatada durante o seminário foi o da feira limpa. O projeto, idealizado por Luciano Legaspe, tem como objetivo reaproveitar o lixo das feiras de ruas realizadas em São Paulo. Para isso, foram colocados 'bags' (sacolas de polipropileno) com capacidade de armazenar até mil litros de resíduos.

"O lixo deixou de ser jogado no chão e passou a ser descartado, de forma seletiva, nessas sacolas. O processo ajudou na limpeza dos locais onde são realizadas as feiras, que passou a ser mais rápida, já que os feirantes não jogam mais os produtos nas ruas", destacou Legaspe.

A compostagem comunitária também foi discutida durante o seminário pelo engenheiro agrônomo Marcos José de Abreu, do Cepagro (Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo). O engenheiro apresentou o projeto Revolução dos Baldinhos, apoiado pela instituição, que recolhe e faz compostagem de resíduos orgânicos no bairro Monte Cristo, em Florianópolis (SC).

"Cada uma das 200 famílias que participam do projeto nos ajuda a recolher 15 toneladas de resíduos que antes eram descartados no próprio bairro, trazendo problemas para a população local”, destacou Abreu. Segundo ele, o trabalho realizado fez com que esse lixo se transformasse em adubo orgânico para cultivar flores, hortaliças e até frutas.

O secretário adjunto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Rubens Rizek, defendeu a compostagem, mas afirmou que é preciso um mercado estável para o consumo do produto final. “É necessário criar uma demanda estável e clara para que as pessoas que se dedicam à realização da compostagem tenham um horizonte para desenvolver esses trabalhos”, opinou.

Ainda participaram da segunda parte do seminário Claudio Spínola, da organização não governamental Morada da Floresta, e José Luiz Tomita, do Instituto Gea.
ganização não governamental Morada da Floresta, e José Luiz Tomita, do Instituto Gea.Os diferentes tipos de compostagem foram discutidos durante a segunda parte do seminário "Compostagem na Cidade de São Paulo: Gestão Adequada dos Resíduos Orgânicos", realizado nesta sexta-feira na Câmara Municipal.

Bióloga e técnica da Associação dos Moradores dos Jardins Petrópolis e dos Estados (Sajape), em Santo Amaro, Patricia Blauth explicou como funciona a compostagem de poda de árvores e jardins. Segundo ela, o processo é muito simples e pode trazer benefícios à população.

"Nós trituramos folhas, galhos e resíduos dos jardins e fazemos uma espécie de 'monte' com esse material, que, após três meses, poderá ser reutilizado em outros jardins. É como se esses restos virassem uma espécie de adubo, capaz de melhorar as condições físicas do solo", explicou Patricia. "Se isso não fosse feito, esse material iria para o aterro sanitário e não poderia ser reutilizado", acrescentou.

Outra experiência relatada durante o seminário foi o da feira limpa. O projeto, idealizado por Luciano Legaspe, tem como objetivo reaproveitar o lixo das feiras de ruas realizadas em São Paulo. Para isso, foram colocados 'bags' (sacolas de polipropileno) com capacidade de armazenar até mil litros de resíduos.

"O lixo deixou de ser jogado no chão e passou a ser descartado, de forma seletiva, nessas sacolas. O processo ajudou na limpeza dos locais onde são realizadas as feiras, que passou a ser mais rápida, já que os feirantes não jogam mais os produtos nas ruas", destacou Legaspe.

A compostagem comunitária também foi discutida durante o seminário pelo engenheiro agrônomo Marcos José de Abreu, do Cepagro (Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo). O engenheiro apresentou o projeto Revolução dos Baldinhos, apoiado pela instituição, que recolhe e faz compostagem de resíduos orgânicos no bairro Monte Cristo, em Florianópolis (SC).

"Cada uma das 200 famílias que participam do projeto nos ajuda a recolher 15 toneladas de resíduos que antes eram descartados no próprio bairro, trazendo problemas para a população local”, destacou Abreu. Segundo ele, o trabalho realizado fez com que esse lixo se transformasse em adubo orgânico para cultivar flores, hortaliças e até frutas.

O secretário adjunto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Rubens Rizek, defendeu a compostagem, mas afirmou que é preciso um mercado estável para o consumo do produto final. “É necessário criar uma demanda estável e clara para que as pessoas que se dedicam à realização da compostagem tenham um horizonte para desenvolver esses trabalhos”, opinou.

Ainda participaram da segunda parte do seminário Claudio Spínola, da organização não governamental Morada da Floresta, e José Luiz Tomita, do Instituto Gea.